quinta-feira, agosto 6

Gripe A - mais informações tecnicas

 
PATOLOGIA DA PNEUMONIA DO VIRUS H1N1


A gravidade da gripe por influenza A, seja porcina ou aviária, quando salta
a barreira das espécies e infecta o humano é a pneumonia por influenza. É o
que está acontecendo, isto é, a mortalidade registrada é por pneumonia por
influenza, e não por pneumonia por infecções secundárias como ocorre nas
gripes sazonais.
O que é isto? A resposta não é accessível ao leigo e mesmo ao médico não
devidamente "por dentro" do que seja epidemiologia genômica. Para ser breve:
a virulência do vírus pandêmico de 1918-1919 foi a presença de um gene, o
PB1-F2 que é o responsável pela pneumonia influenza. Este gene faz com que a
carga viral aumente nos pulmões e causa uma inflamação aguda, com edema
maciço, infiltrado de macrófagos e neutrófilos, e necrose bronquio-alveolar
maciça. Isto é a temida tempestade de citocinas. Não há como escapar.
Os sequenciamentos iniciais não evidenciaram que o gene PB!-F2 de 1918
estava presente nos isolados do México e EUA/2009, mas a ocorrência da
pneumonia por influenza parece denotar que o gene está sendo ativado (é uma
história complicada, este gene está no gene PB1, que é uma das três
subunidades da polimerase viral, mas é lido por "framshifting reading"; e
sua região "patogênica" depende do tipo de aminoácido na posição 66). Esse é
o meu temor, e creio que vai se agravar: a mortalidade saiu de 0,1% para
0,5% e tende a subir (sto significa que a probabilidade de uma pessoa desta
lista morrer é real - a nossa lista tem ~200 pessoas, a mortalidade
"oficial" está em 1/200 - Note que uma mortalidade global/pandêmica de 1% é
uma catástrofe global). Por outro lado, como a gripe é nova, está sendo má
diagnosticada e tenho observado que em muitos casos é tida como infecção de
garganta e sinusites, pois, o genius epidemicus ainda não se definiu. O
perigo reside na pneumonia.
Casos graves: são os casos em que a tempestade de citocinas se instala:
febre alta persistente, grave debilitação, tosse persistente, dificuldade de
respirar, face sombria, escura, extremidades pés e mãos cianóticas.
Contágio: além das precauções recomendadas, é muito importante saber que a
transmissão aumenta tremendamente quando o tempo está frio e seco. Por outro
lado, deve-se reduzir as saídas e evitar frequentar salas fechadas e
transportes coletivos.
Tratamento: não sei se os médicos estão preparados para enfrentar a
tempestade de citocinas que gera a letal pneumonia da influenza. O tamiflu
não atua na tempestade de citocinas, devendo ser mais um profilatico. Ele é
efetivo no quadro na redução da carga viral, mas para isto o melhor (e é
como agirei em minha família, se por acaso enfrentar o problema) associar um
imunomodulador (uso um inbidor da COX-2). Alternativa ao Tamiflu: Zanamivir.
A convalescença é necessária, especialmente pelo casaço fácil e adinamia.
Pode haver também a depressão pós-gripal, que pode requerer um
Antidepressivo!
Os velhinhos: é provável que quem nasceu antes de 1957 (ocasião em que a
H1N1 que voltou agora sob nova "roupagem" foi substituída pela H2N2) tenha
anticorpos residuais contra esta nova cepa e tenha uma boa probabilidade de
ter uma forma branda. Os que nasceram após 1957 provavelmente estarão no
grupo de risco. Isto é uma hipótese epidemiológica, já observada em uma
ocasião remota.





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